quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Bilhete de Porta de Geladeira


Bom dia

Tem café em cima da mesa
e pães de queijo no microondas.
Deixei meu coração numa caixinha em cima do balcão.

Faça bom uso.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

You say stop, but I say go, go, go


Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true


What I'd give to run my fingers through your hair
To touch your lips to hold you near




wouldn't take my hand off her
She wouldn't let me be anywhere but inside








'Cause I'm your's, your's, your's anyhow
I am your's, your's, your's
I love you...I love you...I love you...
I love you I love you!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Star light, star bright


O Ano está acabando. Desde julho que eu ouço dizerem que o ano está acabando. É incrível como as pessoas clamam pelo fim do ano, mal ele começa e todo mundo já pede pra acabar.
Meus anos tem passado cada vez mais rápido. E isso me assusta. Antes um ano demorava muito tempo pra passar, um ano era um ano inteiro, com feriados e finais de semana longos e bem aproveitados. Um ano demorava UM ANO.
Mas agora, o que é um ano? Quando você menos espera o ano já acabou, e você não fez nada daquela sua listinha de coisas que você planejava fazer.
Esse meu ano passou rápido, mais rápido que o ano passado, e tenho a impressão que o ano que vem será ainda mais rápido. Tenho medo do dia em que nem verei meu ano passar.
Acho que tudo isso tem a ver com a idade. Essa coisa de crescer e ficar adulto não é tão divertido quanto parecia aos meus 10 anos. Naquela época onde trabalhar parecia a coisa mais incrível do mundo, 10 reais me deixavam rica e onde um ano, demorava um ano inteiro.
2011 foi um ano diferente pra mim. Foi um ano onde muita coisa mudou. Conheci pessoas que me mudaram, mudei pessoas. Mudei com algumas pessoas e outras continuaram simplesmente as mesmas. Fiz amigos, fiz escolhas, priorizei algumas coisas, mudei de opinião. Mudei a opinião dos outros.

Estou melancólica, finais de ano me deixam assim. Se eu fosse descrever esse período de final de ano em uma palavra seria “melancolia”. Talvez discordem de mim, mas eu sempre achei isso, mesmo com todas as festas e presentes e luzinhas de natal. Um bom pedaço de melancolia coberta de maçãs com nozes, embrulhado em um bonito laço vermelho.
Bring it back bring it back, Don't take it away from me, Because you don't know What it means to me.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fragilidades


Quando eu te conheci acho que não gostei muito de você. Não tenho certeza, mas algo em você me incomodava. Com o tempo eu vi que foi só primeira impressão. Você era muito parecida comigo, e isso me deixava cada dia mais próxima de você. Nós não gostávamos da expressão “melhor amiga”, nem da frase “eu te amo”. Mas sei que era o que nós duas pensávamos uma da outra. Conversávamos sobre tudo e em todas as horas. Estávamos sempre juntas. E o tempo foi passando. As pessoas mudam quando o tempo passa. E como nós mudamos. Consegue se lembrar de como éramos? Percebe o quanto mudamos?
Hoje nós já não nos falamos mais tanto, mas eu ainda gosto muito de você. E sempre vou gostar e me lembrar de você com todo o carinho do mundo.

O que eu quero dizer com toda essa conversa mole e sentimental, é que se você sumir de novo eu vou atrás de você, nem que eu tenha que te procurar no inferno, pra te dar umas porradas por sumir desse jeito.

E o livro que você me deu está na minha caixinha de coisas para guardar para sempre. =]
*mentira, tá lá jogado na minha estante, mas ainda sim eu vou guardar pra sempre, se não o livro todo, pelo menos a página da dedicatória*

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Singin'in the rain (God is the rain)


É bom andar na chuva. Chuva tem cheiro de liberdade, chuva tem gosto de suspiro aliviado. Antes de chover fica tudo escuro, tudo muito pesado. Até o ar que é sempre muito leve fica muito pesado. O vento fica mais forte, como se quisesse fugir e levar tudo com ele. Os trovões anunciam a chuva como se algo terrível fosse acontecer. E ai chove, assim tudo de uma vez. E todo mundo foge da chuva. Mas a chuva não quer fazer mal. A chuva quer aliviar a pressão, o clima pesado, a chuva quer deixar todo mundo em paz, nem que pra isso ela tenha que fazer todo mundo parar o que está fazendo pra fugir dela. Mas a chuva é mal interpretada, e todo mundo fica com raiva dela. Mas depois que chove tudo fica calmo, claro, limpo. Todo mundo respira e sai, e tudo recomeça. Chuva tem cheiro de recomeço.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Analogias, estou ficando boa nisso


Sabe aqueles dias que você tem vontade de comer alguma coisa mas não sabe o que é? E ai você procura, e prova diversas coisas, mas não encontra nada daquilo que você quer comer?
Agora imagine que faz anos que você tem essa vontade de comer alguma coisa e a anos você não encontra nada que te satisfaça. Por mais que você procure, nada é aquilo que você realmente quer, e só você sabe o quanto procurou. As vezes parecia que você tinha achado, mas sempre faltava alguma coisa. Faltava açúcar, ou sobrava açúcar. Faltava tempero, faltava algo que nem você sabia o que era, mas faltava.
Você já tinha até desistido de procurar, já tinha se convencido que nunca acharia aquele doce com o qual você sonhava, mesmo sem saber que doce era aquele.
Mas ai chega um dia, aquele dia, em que do nada, da maneira mais inesperada, você vê uma bomba de chocolate, e você tem certeza que aquela bomba é tudo o que você sempre quis, a corbertura, o recheio, e aqueles confeitinhos por cima, tudo é perfeito e te dá uma enorme água na boca. Então você prova aquela bomba de chocolate e tem certeza que realmente ela é tudo o que você procurava, então você come a sua bomba de chocolate aos poucos pra ela não acabar, e vai saboreando a sua bomba de chocolate, tendo certeza que ela é a melhor coisa que você poderia ter encontrado e se perguntando "onde raios essa bomba de chocolate estava o tempo todo?"

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mais uma analogia com coisas comestíveis


"Já tomou limonada sem açúcar? Imagine então que durante toda a sua vida você tomou limonada sem açúcar. Você sempre tomou limonada sem açúcar e gosta muito de limonada sem açúcar. Você não vive sem limonada sem açúcar. Limonada sem açúcar é a melhor coisa do mundo, ou pelo menos do seu mundo.
Então chega um dia, um belo dia, que está muito quente e você gostaria muito de uma limonada sem açúcar, você daria tudo por uma limonada sem açúcar naquela hora. Mas chega alguém e te dá uma latinha de Schweppes bem gelada. você olha meio curioso e prova a latinha de schweppes. E ai descobre que aquilo é muito melhor que a sua limonada sem açúcar, aquilo é incomparavelmente melhor que a sua limonada sem açúcar. E então toda a sua perspectiva e seus conceitos sobre o que realmente é bom, mudam. Porque a questão é: Se você passa a vida inteira tomando limonada sem açúcar e depois toma uma latinha de schweppes, nunca mais vai querer tomar limonada sem açúcar."

*Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência*

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Tomorrow I‘ll miss you


Tem dias que você acorda e sorri, sem saber o motivo. Simplesmente acorda e sorri. Close your eyes and I’ll kiss you. E fica deitado muito tempo pensando em alguém, nem sempre em alguém específico, mas alguém qualquer um, que às vezes você nem sabe quem é. E ai sente saudades de alguém que você talvez nem conheça. De alguém, de um lugar, de um cheiro, de um gosto, de um momento, de algo que talvez nunca tenha acontecido. And hope that my dreams will come true. E quando digo saudades, não é só sentir falta, é saudade de verdade. Aquela sem tradução, aquela que o dicionário não explica. Aquela que ninguém explica, mas sente. E sente sem saber por que ou do quê se tem saudade. Mas pura e simplesmente saudade em toda a sua essência. Remember i’ll always be true.


Talvez hoje eu quem tenha acordado romântica, de sapatilha de lacinhos, saia de corações e uma rosa no pescoço. O sol meio morno das 9 da manhã com o vento meio úmido de chuva deve ter colaborado com isso.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um dia eu ainda escrevo sobre coisas fofas


Ele acordava de manhã, não se levantava, ficava alguns minutos olhando pro teto. Pensava no que faria aquele dia, seria um dia como todos os outros. Ai sim se levantava, se arrastava até o banheiro, o banho era rápido e frio pra tirar da cabeça os sonhos da noite anterior, sonhos, só sonhos.
Ele descia pro café sozinho, ninguém pra dar bom dia. Ele tomava o café e saia. Mas quando saia já era outra pessoa, na rua fingia que tinha porte, fingia que era descolado, que sabia das coisas. Conversava com as pessoas sobre todos os assuntos e sempre dava um jeito de contar vantagem, de parecer mais interessante. Mas quem estava sempre por perto sabia o quão deprimente aquilo era. Sempre as mesmas histórias, sempre mentiras, comentários vazios e desnecessários. Fingindo ser legal, querendo se enturmar. Ele também sabia que era tudo mentira, mas ignorava os fatos, enganava-se a si mesmo. Quando chegava em casa a noite percebia tudo o que ele havia dito. Percebia que passou o dia inteiro fingindo. E chorava, com a cabeça no travesseiro. Imaginando como seria se as coisas fossem diferentes. Como ele poderia tornar as coisas diferentes. Ele tomou seus remédios pra dormir e fechou os olhos. Deprimente, era tudo o que lhe vinha na cabeça.
Pagou pra ver não viu, dormiu garoto acordou senil.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O único defeito de uma vida perfeita era justamente a perfeição


Eles não se gostavam muito quando se casaram, mas aprenderam a conviver e se suportar.
Ela se casou de branco mesmo não sendo virgem, foi de braço dado com o pai até o altar, mesmo estando a quase 3 anos sem falar com ele. O noivo apertou a mão do sogro com um sorriso, pensando na fortuna que ganharia se aquele velho morresse logo.
Na noite da lua de mel ela fingiu orgasmos enquanto ele pensava na amante. Orgasmos mesmo ela teve quando pegou o cartão de crédito de quem agora era seu marido. Foi uma Lua de mel inesquecível.
Ela não se importava que o marido tivesse amantes, desde que ninguém mais soubesse “não fica bem as pessoas descobrirem que você sai com essas pirralhas e eu não falo nada.” Eles tinham que manter as aparências.
Eles tiveram uma filha que ela não amamentou, era o que faltava para serem uma família perfeita, mas ela não queria estragar o corpinho recém lipo-aspirado. A menina cresceu linda, falava 3 línguas desde pequena, fazia ballet, canto e tocava piano. No dia das mães o pai comprava presentes caros para a menina dar para a mãe num embrulho bonito, mas aqueles cartões e lembrancinhas que ela mesma fazia, eram para a babá.
O tempo foi passando, a gravidade parecia fazer um efeito oposto na mulher. “É a yoga, são as ervas medicinais, é a paz de espírito!” É o que ela dizia quando perguntavam o que a deixava tão jovem. O que ela não dizia era sobre suas aplicações semanais de botox e todas as lipoaspirações, lipoesculturas, abdomioplastias e tantas outras cirurgias as quais ela se submetia para tentar ser jovem.
A menina foi crescendo e ficando bonita de verdade. A mãe se orgulhava. “minha filha é linda, ela pode ser modelo se quiser”. Mas no fundo ela odiava ver a filha cada vez mais linda enquanto ela ficava cada vez mais velha.
A menina se envolveu com más companhias, a mãe sabia, e não ligava, ela podia fumar o que quisesse desde que ninguém ficasse sabendo. Ela tinha que manter as aparências.
De tempos em tempos a mãe internava a filha na reabilitação, só para evitar que as marcas do vício ficassem perceptíveis. Ela dizia aos amigos que a menina estava estudando em outro país.
Um dia o pai morreu, ele teve um infarto no escritório. A mulher chorou duas lágrimas forçadas. “Eu dizia para ele ir ao médico, homens são tão teimosos!”. O que ela não dizia era pra ele parar de transar com a recepcionista na escrivaninha, depois do expediente.
A filha nem fingiu chorar, ela não conseguia chorar por alguém com quem não conversou mais de 5 minutos durante toda a vida. A mulher disse que a menina estava abalada demais para chorar. “Às vezes quando se perde alguém tão próximo a ficha demora pra cair”.
A menina fugiu de casa, a mãe disse que ela estava viajando com amigos pela Europa. Mas não deu para usar essa desculpa quando a menina foi encontrada morta em uma trilha pelo namorado traficante. Sabe como é, ele tinha inimigos, e ela era a princesinha dele.
Os boatos começaram a correr, as pessoas comentavam, os amigos a evitavam. A mulher não se desesperou, foi até o seu quarto, vestiu o melhor vestido, se maquiou, escreveu uma carta dizendo que não poderia viver sem a sua bonequinha que a fazia parecer uma vítima da sociedade, encheu uma taça do seu melhor prosseco e jogou nele seus remédios tarja preta pra dormir, junto com alguns outros comprimidos que ela encontrou pelo caminho, deu um golinho sem fazer careta, e depois bebeu tudo de uma vez. Ela caiu na cama, com a taça na mão, pela primeira vez em anos ela parecia bonita. Ela tinha que manter as aparências, e era boa nisso.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

You make me happy when skies are grey


Há muito tempo atrás eu achava que tinha tudo o que poderia querer. Tudo o que eu tinha para me fazer feliz estava ali. Mas faltava uma coisa. Faltava você.
Você chegou sem pedir licença, assim de repente. Nem avisou, não bateu na porta. Entrou na minha vida feito um furacão. Um furacão pequeno, mas muito barulhento, que tomou todo o meu tempo, minhas energias, minha paciência. Me deixou noites inteiras sem dormir, me causou preocupações, me deu problemas, me fez chorar, me deu uma lição. Me deu uma surra até eu aprender a ser mãe. E faz isso até hoje.
Eu só conhecia uma vida antes de você aparecer. Agora, parece que a vida que eu tinha ficou muito distante. Eu quase não me lembro de como ela era.
Agora você faz dois anos, dois anos inteiros! Dá pra acreditar? Eu nunca senti tanto orgulho como eu sinto de você. Eu nem consigo escrever sobre você que já fico molenga.
Eu poderia escrever milhões de coisas sobre você. São tantas histórias, tantas lembranças, tantos momentos nesses últimos dois anos. Mas eu só quero dizer que te amo. You are my sunshine, my only sunshine.
E eu nem sei por que faço essa postagem com trechos de Beatles, se o que você gosta mesmo é Mettalica. Mas você sabe que a sua mãe é bobona e faz coisas melosas quando você está por perto.

Dá um beijinho de nariz na mamãe e vai brincar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

You were only waiting for this moment to be free


Ele passou tantos anos preso naquela gaiola pequena e apertada que agora que estava livre não sabia o que fazer. Blackbird singing in the dead of the night. Ele olha em volta e se sente perdido. A gaiola o aprisionava, mas também o fazia se sentir seguro de certa forma. All your life. Aquela gaiola era o seu mundinho, mas ele estava livre de tudo aquilo.
Ele não sabia se queria sair, lá ele já sabia o que fazer, como agir, era tudo predefinido. Mas também era sufocante. Muitas vezes ele sentia que o ar lhe faltava, que a voz não saía.
Mas agora as portas se abriram, ele não podia mais ficar ali dentro. Não fazia sentido ficar ali com aquelas portas abertas. Mas ele não sabia o que fazer do lado de fora. Take these broken wings and learn to fly. Ele tentava se afastar da gaiola, mas sempre acabava voltando. E se escondia nos fundos, não querendo sair nunca mais, com medo do mundo lá fora. Mas logo retomava a coragem e saía novamente. Take these sunken eyes and learn to see.
Até que ele saiu e foi se afastando cada vez mais da gaiola, ficando tão distante que quando olhou para trás não achou mais gaiola alguma. Ele se sentiu completamente desnorteado, o chão sumiu sob seus pés, o ar foi se dissipando até sufocá-lo. You were only waiting for this moment to arise. Até que ele abriu os olhos, seu corpo estendido no chão. Ele se levantou lentamente, sentido a liberdade pela primeira vez, sentido o vento bater, o cheiro da noite fria. Ele estava livre da gaiola, para sempre. E só agora ele podia perceber o quanto esteve preso durante todo esse tempo. Mas agora ele era livre. Blackbird fly into the light of the dark black night.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Eu to cansado de tanta caretice, tanta babaquice, dessa eterna falta do que falar


Eu ando meio cansada de tudo isso, eu não quero mais discutir, eu nem tenho mais nada pra discutir. Tudo o que eu tinha pra falar eu já falei. E eu quando canso de uma discussão é porque realmente ela já deu o que tinha que dar.
Eu posso ter errado, eu admito, mas não fui só eu que errei, mas também foda-se quem errou. Pouco importa isso agora, já disse, estou cansada. E com toda a sinceridade do fundo do meu coração de pedra, não é de hoje que estou cansada. Acontece que quando você passa tanto tempo ouvindo tanta coisa que você não queria ouvir e nem precisava ouvir, você acaba mesmo cansando. E vai ficando tudo muito desgastado até que chega uma hora em que não se suporta mais o peso e quebra. Acho que quebrou faz um tempo. E acho que não há super bonder ou durepox que dê jeito.
Eu posso não ser totalmente inocente nisso tudo, mas não fui eu quem me colocou numa porra de um pedestal e me pintei de santa. Não fui eu quem idealizou nada e nem fiz promessa alguma, e se fiz alguma promessa foi por livre e espontânea pressão, depois de ser prensada contra a parede, sem ter nem como respirar.
Eu posso ter mudado, e todo mundo muda. Mas a verdade mesmo é que não fui eu quem mudou tanto assim, mas a sua maneira de enxergar as coisas é que mudaram. E com isso caiu aquela fantasia idiota de princesinha que você colocou em mim. E que eu nunca pedi pra usar. Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Eu jogo corações no liquidificador. E faço isso por pura diversão


Ah! Como eu queria isso desde o começo, te fazer sofrer, ver você se arrastar, chorar, gritar, enlouquecer. E depois pedir desculpas, com a cara mais lavada do mundo. Você aceitaria minhas desculpas, é claro que aceitaria! Mas eu faria tudo de novo e de novo e de novo... Céus! Eu não me canso de fazer isso!!
Isso é tão prazeroso. Mais até que ir lá pessoalmente e enfiar uma faca no seu coração, e torcê-la para a direita e a esquerda. Uma, duas, três vezes. E ver o sangue escorrer quente, pingando no chão, criando uma poça que se espalha e tinge o piso de vermelho. Não. É muito melhor fazer isso sem nem tocar em você. Não há facada nenhuma, mas você sente. O sangue escorre, mas ninguém vê. This Romeo is bleeding, but you can't see his blood. E há manchas, muitas manchas. Como isso é bom…

(Irony mode on)

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De fato, eu ando postando coisas freneticamente. Talvez seja pra compensar o vácuo entre a postagem Anos incríveis e as que eu recomecei a postar.
Talvez seja a minha ansiedade recente... talvez seja as duas coisas.

Um dia tudo acaba voltando ao ponto de partida, mas nem sempre parte de novo...


E aqueles olhos. Aqueles olhos que eu tanto conhecia, mais que qualquer outra coisa, me olhavam de um jeito diferente. Como se não me conhecessem. Como se fôssemos estranhos. Can you remember, remember my name? E ele já não falava mais comigo como antes. Não olhava e nem falava comigo como antes. O que aconteceu conosco? I am the echo of your past. Depois de tanto tempo, de tantas tentativas, eu perdi. Nós perdemos. I am returning the echo of a point in time. Talvez seja melhor assim. Vamos deixar assim. Quem sabe recomeçar, como se nunca tivéssemos nos conhecido antes? Ou talvez não. We must remain perfect strangers.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Se eu fosse mais nova melava tudo isso aqui com purpurina

Eu não costumo escrever dois posts por dia, mas queria escrever isso antes do dia dos pais. Eu sei que vão dizer que dia dos pais é todo dia e isso é só um a data comercial e blábláblá... Mas essa carta também não é pro meu pai, embora seja alguém que é quase isso. E pra minha família, mesmo essas datas criadas por marketeiros são motivos pra juntar todo mundo e fazer festa. Porque a gente gosta de festa, não importa o motivo.
Eu poderia escrever um monte de coisas aqui, mas tudo o que eu tenho a escrever é muito obrigado. Muito obrigado por tudo o que você foi e por tudo que a gente sabe que você ainda é. E em algum lugar ai você também sabe que é.
Ninguém nunca acha que as coisas vão ser assim, mas são. E ai a gente não quer aceitar e nem sabe o que fazer.
Ninguém sabe por que coisas assim acontecem com pessoas que não mereciam, mas como me disseram uma vez, tem gente que vem pro mundo pra dar lição nos outros. E a gente bem que merecia essa lição, aliás, aprender nunca é demais, né. E logo você que sempre ensinou tanta coisa, e sempre ajudou um monte de gente e que sempre cuidou de todo mundo. Só podia ser você mesmo pra dar essa lição.
Não sei nem por que eu escrevi isso justamente agora, mas me deu uma vontade danada de expor tudo isso antes que seja meio tarde. E eu não queria que fosse tarde sem eu ter dito nada.
Depois de uma vida inteira cuidando de filho, de neto e depois de bisneto, chega uma hora que alguém tem que cuidar de você. É compreensível, mas por que a gente acha tão complicado? Talvez a gente não seja tão forte quanto você, que cuidou de um monte de gente e nunca reclamou, e a gente que cuida de um só tá achando que é muito.

Bom isso, eu vou deixar você dormir agora, porque eu sei que muito falatório assim tem te deixado cansado nesses últimos tempos. A gente volta outro dia pra assistir o jogo.
Pietro, dá um beijinho no vô.

Estava tentando pensar em algo divertido para postar aqui, mas tudo o que me vinha na cabeça eram bolhas de sabão


Mas pode existir algo mais divertido do que bolhas de sabão? :)




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Se tudo fosse no sentido literal seria realmente muito mais fácil


Vamos supor que você tem um bolo. E você quer dar esse bolo a alguém.
Mas pessoa não quer tanto assim o bolo. Na verdade, ela nem sabe bem como é o bolo. Mas você quer que ela aceite o seu bolo, é um bolo muito bom, poxa!
Então você começa a descrever o seu bolo e dizer como ele é bom e doce, e tem um delicioso recheio, e como sua cobertura é incrível e ainda tem uns confeitos que tornam tudo muito mais divertido.
A pessoa começa a se interessar pelo seu bolo. E você diz que ele é o melhor bolo que ela poderia ter e que ficaria realmente arrependida se recusasse o seu bolo. Então a pessoa aceita o seu bolo. E você percebe que na verdade não queria tanto assim ter dado aquele bolo. Por que o que acontece é que se você tem um bolo que nem você acha tão gostoso mas fica dizendo o quanto aquele bolo é gostoso para uma outra pessoa, você realmente acaba se convencendo de que o bolo é realmente gostoso. E ai não vai querer tanto assim dá-lo para alguém.
Entende? Ah... deixa pra lá!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sun, sun, sun, here it comes...?

A manhã está cinza, o céu, as nuvens, as casas, as árvores, as pessoas. Tudo está cinza. Dentro do meu quarto, tudo cinza. Pela casa toda só vejo cinza. It's been a long cold lonely winter.E saio de casa e nada parece mudar, a manhã passou cinza.
Bom dia!
Me dizem bom dia, mas um bom dia cinzento, e tudo o que eu respondo é um murmúrio igualmente cinzento. E o dia passa cinza.
Por que cinza? Mas por que tudo tão cinza?? Continuo andando pela rua chutando uma pedrinha no chão, a pedrinha rola pateticamente pela calçada, uma pedra cinza, uma calçada cinza. De repente como se fosse algo de outro mundo uma enorme bola colorida passa rolando perto da minha pedra. Uma bola tão colorida que dói os olhos. São tantas cores que nem sei diferênciá-las. Ouço um som doce, o som mais lindo que eu já ouvi na vida. E uma garotinha passa correndo e gargalhando atrás da bola. It seems like years since it's been here. A calçada já não parece tão cinza. Nem a pedra. Tudo em volta parece um pouco mais colorido, um pouco mais... vivo.
Não vi pra onde a mocinha correu. Nem a bola eu vi mais. Mas as cores ficaram.
E céus, é difícil acostumar os olhos a tantas cores que chegaram de uma vez. I feel that ice is slowly melting. Mas essa cegueira momentânea é tão divertida que eu poderia rir sozinha dela.
Acho que nunca vi tantas cores. Here comes the sun, it's all right...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pra não dizer que não falei de Rosas


A moça, sempre em seu vestido azul e sujo de terra, cuidava das roseiras. Por que havia roseiras ali? Havia tempos que o dono daquele jardim havia perdido a sua rosa. Mas havia roseiras e alguém precisava cuidar delas.
O homem tinha um jardim, mas nunca passeava por ele. O jardim era belo, mas para o homem também era triste.
Ele observava de longe a moça cuidar das roseiras. Ela escolheu a rosa mais bonita para enfeitar seus cabelos. O homem se aproximou observando a roseira apreensivo.
- Rosas. As rosas tem espinhos.
- É só saber como lidar com elas. - a moça respondeu tímida.
- E elas brigam com os cravos.
A moça não entendeu bem o comentário, mas respondeu:
- Elas tem motivo.
- Mas os cravos são bons.
- Nem sempre
- Depois ficam se despedaçando por aí.
- Elas se recuperam. - a moça sorriu acariciando a rosa envolvida em seus cabelos.
- Mas os espinhos continuam. - disse o homem num tom melancólico.
- É uma forma de proteção.
- Contra o quê? Quem faria mal a uma rosa?
- Existem perigos por aí, as rosas tem que aprender a se cuidar sozinhas. - enquanto falava a jardineira ia regando a roseira com graça.
- Se eu tivesse uma rosa a colocaria numa redoma. - o homem suspirou fitando a rosa entre os cachos da menina.
- Ela não seria feliz assim.
- Mas estaria protegida dos insetos e da tempestade.
- Rosas são livres.
- Existe um principezinho que possui uma rosa numa redoma e ela é feliz com ele.
- Nem todas as rosas possuem um principezinho.
- E nem todos os principezinhos possuem uma rosa. - o homem lançou um olhar vazio para o horizonte, como quem se lembra de algo a muito tempo já esquecido.
- Mesmo um principezinho um dia abandona a sua rosa.
- O principezinho abandona só um pouco, para conhecer o mundo. Mas logo ele volta gostando ainda mais da rosa.
- Pouco tempo para um príncipe pode ser muito tempo para uma rosa.
- Mas o príncipe é solitário em seu planeta. Ele precisa viajar para conhecer o universo. - o homem foi ficando envergonhado.
- A rosa também é solitária e não pode viajar pois está presa numa redoma. - a moça havia parado de regar a roseira e agora encarava o homem firmemente nos olhos.
- Mas a rosa está protegida na redoma. - o homem encarou o chão.
- Protegida e solitária. Ela já tem a proteção dos espinhos.
- Ela não precisaria dos espinhos. Não há perigos no planeta do principezinho. è tão pequenininho.
- Mas rosas não se contentam com pouco.
- Mas as rosas são tão amadas.
- Amor que aprisiona não é amor
- Mas o principezinho não sabe disso. A rosa precisa ensiná-lo.
- Ela tenta, mas não consegue fazer isso presa.
- Acho que ela precisa se libertar. - murmurou o homem, mais para si que para a moça.
- Ela já fez isso. Quando o principezinho partiu.
- E o que ela fez?
- Descobriu que é melhor viver sozinha que viver uma ilusão.
- O prícipe sabe que a sua rosa é independente?
- Ele demorou pra voltar. Descobriu sozinho.
O homem parou um minuto e o olhou a jardineira em silêncio. Ela correspondia o olhar com curiosidade. Ele pousou seus olhos na rosa enroscada nos cabelos da moça.
- É dificil achar uma rosa com tanta personalidade, que sabe bem o que quer.
- Todas sabem, mas não demonstram. - Ela sorria com os olhos.
- Algumas gostam da redoma.
A menina sorriu e se aproximou, beijou a face do homem, já um pouco marcada pelo tempo e meio úmida, talvez de lágrimas.
- Só as que ainda não conhecem a liberdade.
Aquilo soou doce nos ouvidos do homem. A jardineira se afastou e correu. Correu pelo jardim feito uma criança. O vento batendo nos cabelos apanhou a rosa que ali estava agarrada e carregou-a flutuante até as mãos do homem. Ele segurou a rosa delicadamente e vendo a jardineira se afastar,uma menininha entre as flores, pensou "acho que reencontrei minha rosa".

terça-feira, 5 de julho de 2011

Lembranças

Oi, bom dia! Faz tempo que você não aparece aqui, mas entre. Isto aqui está uma bagunça, as roupas estão espalhadas pelo chão e os móveis não tem mais lugar um certo para ficar, não tenho tido muito tempo para arrumar a casa... na verdade eu não tenho tido vontade de arrumar a casa. Mas tome uma xícara de chá! Será que tenho copos limpos? Este é aquele chá que tomamos da última vez, você se lembra? Eu me lembro como se fosse ontem. Nós conversávamos e ríamos daquelas pessoas que nós achávamos que eram medíocres, nós reclamávamos de coisas que não eram justas para nós, nós nos achávamos tão superiores. Ó mas tanta coisa mudou não é mesmo? Acho que aquelas pessoas já não parecem mais tão medíocres e as reclamações já não fazem mais tanto sentido. E quem somos nós para nos julgar superiores?
Oh! Os retratos! Eu ainda guardo uma porção de retratos. Alguns deles estão com a moldura quebrada mas ainda dá para ver a foto, vê? Eu não me lembro bem quem são, ou pelo menos parte deles.
Ainda bem que você veio, ou eu acabaria me esquecendo de você. Seria uma pena se você fosse só mais um retrato...
Quer mais chá? Ah, você tem que ir? É uma pena, ainda tenho os biscoitos que comemos da última vez...
Tudo bem, eu guardo os biscoitos para uma próxima vez. Apareça logo, os outros nunca mais apareceram.

sábado, 4 de junho de 2011

Chega uma hora que nem mãe aguenta

Ele reclamava de tudo. Reclamava do trabalho, reclamava dos amigos, reclamava das namoradas que não tinha. Eu ouvia. Ele reclamava e chorava e dizia que que a vida não tinha sentido. Eu ouvia e murmurava algo que me parecesse ser reconfortante. Ele reclamava e dizia que uma mulher poderia resolver todos os seus problemas. Eu ouvi. Eu discordei. Alguém com tantos problemas e reclamações e tantos traumas e complexos e tantas paranóias e neuras definitivamente não resolveria seus problemas arrumando namorada. E que mulher em perfeita sanidade se sujeitaria à responsabilidade de ser a solução de todos os problemas de alguém?
Durante muito tempo eu me sujeitei. Agora eu cansei de brincar disso e nem ouvir eu ouço mais. Isso ai é coisa pra se resolver no divã. Problemas todo mundo tem e ultimamente não tenho resolvido nem os meus.
Abraço todo o meu egoísmo e digo orgulhosamente que me abstenho de problemas alheios.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Forca de Papel


Aquela página em branco a encarava severamente, como quem condena um réu à forca. Ela tinha que escrever, ela não podia, mas precisava escrever até a morte ou enlouqueceria.
A morte ou a loucura? As duas eram ao mesmo tempo tão cruéis e tão convidativas.
Ela escreveu. Se for pra morrer então que se morra escrevendo. Escreveu por dias e dias, até a hora do suspiro final. Caiu, o rosto pálido na folha que já não estava mais em branco e que agora olhava piedosa o réu pendurado, balançando pateticamente. Os pés longe do chão. O lápis cravado no ponto final.

quinta-feira, 24 de março de 2011

crise dos 18 anos

Paula diz:
merda
não dá uma vontadezinha de ter 15 anos de novo?
Fernanda diz:
dá...
juro que tenho pensado nisso ultimamente
Paula diz:
é...
da mamãe bancar tudo...
e de dormir a tarde toda...
Fernanda diz:
é...
e namorar só..
Paula diz:
e não ter nada de mais pra fazer
é...
Fernanda diz:
bagunçar na escola
Paula diz:
sem encheção de saco...
Fernanda diz:
e achar que tem coisa pra fazer
Paula diz:
bons tempos
Fernanda diz:
qdo aparecia as coisas de bio..
a gente era feliz e nao sabia..

espera só eu ter 20...