terça-feira, 23 de agosto de 2011

You make me happy when skies are grey


Há muito tempo atrás eu achava que tinha tudo o que poderia querer. Tudo o que eu tinha para me fazer feliz estava ali. Mas faltava uma coisa. Faltava você.
Você chegou sem pedir licença, assim de repente. Nem avisou, não bateu na porta. Entrou na minha vida feito um furacão. Um furacão pequeno, mas muito barulhento, que tomou todo o meu tempo, minhas energias, minha paciência. Me deixou noites inteiras sem dormir, me causou preocupações, me deu problemas, me fez chorar, me deu uma lição. Me deu uma surra até eu aprender a ser mãe. E faz isso até hoje.
Eu só conhecia uma vida antes de você aparecer. Agora, parece que a vida que eu tinha ficou muito distante. Eu quase não me lembro de como ela era.
Agora você faz dois anos, dois anos inteiros! Dá pra acreditar? Eu nunca senti tanto orgulho como eu sinto de você. Eu nem consigo escrever sobre você que já fico molenga.
Eu poderia escrever milhões de coisas sobre você. São tantas histórias, tantas lembranças, tantos momentos nesses últimos dois anos. Mas eu só quero dizer que te amo. You are my sunshine, my only sunshine.
E eu nem sei por que faço essa postagem com trechos de Beatles, se o que você gosta mesmo é Mettalica. Mas você sabe que a sua mãe é bobona e faz coisas melosas quando você está por perto.

Dá um beijinho de nariz na mamãe e vai brincar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

You were only waiting for this moment to be free


Ele passou tantos anos preso naquela gaiola pequena e apertada que agora que estava livre não sabia o que fazer. Blackbird singing in the dead of the night. Ele olha em volta e se sente perdido. A gaiola o aprisionava, mas também o fazia se sentir seguro de certa forma. All your life. Aquela gaiola era o seu mundinho, mas ele estava livre de tudo aquilo.
Ele não sabia se queria sair, lá ele já sabia o que fazer, como agir, era tudo predefinido. Mas também era sufocante. Muitas vezes ele sentia que o ar lhe faltava, que a voz não saía.
Mas agora as portas se abriram, ele não podia mais ficar ali dentro. Não fazia sentido ficar ali com aquelas portas abertas. Mas ele não sabia o que fazer do lado de fora. Take these broken wings and learn to fly. Ele tentava se afastar da gaiola, mas sempre acabava voltando. E se escondia nos fundos, não querendo sair nunca mais, com medo do mundo lá fora. Mas logo retomava a coragem e saía novamente. Take these sunken eyes and learn to see.
Até que ele saiu e foi se afastando cada vez mais da gaiola, ficando tão distante que quando olhou para trás não achou mais gaiola alguma. Ele se sentiu completamente desnorteado, o chão sumiu sob seus pés, o ar foi se dissipando até sufocá-lo. You were only waiting for this moment to arise. Até que ele abriu os olhos, seu corpo estendido no chão. Ele se levantou lentamente, sentido a liberdade pela primeira vez, sentido o vento bater, o cheiro da noite fria. Ele estava livre da gaiola, para sempre. E só agora ele podia perceber o quanto esteve preso durante todo esse tempo. Mas agora ele era livre. Blackbird fly into the light of the dark black night.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Eu to cansado de tanta caretice, tanta babaquice, dessa eterna falta do que falar


Eu ando meio cansada de tudo isso, eu não quero mais discutir, eu nem tenho mais nada pra discutir. Tudo o que eu tinha pra falar eu já falei. E eu quando canso de uma discussão é porque realmente ela já deu o que tinha que dar.
Eu posso ter errado, eu admito, mas não fui só eu que errei, mas também foda-se quem errou. Pouco importa isso agora, já disse, estou cansada. E com toda a sinceridade do fundo do meu coração de pedra, não é de hoje que estou cansada. Acontece que quando você passa tanto tempo ouvindo tanta coisa que você não queria ouvir e nem precisava ouvir, você acaba mesmo cansando. E vai ficando tudo muito desgastado até que chega uma hora em que não se suporta mais o peso e quebra. Acho que quebrou faz um tempo. E acho que não há super bonder ou durepox que dê jeito.
Eu posso não ser totalmente inocente nisso tudo, mas não fui eu quem me colocou numa porra de um pedestal e me pintei de santa. Não fui eu quem idealizou nada e nem fiz promessa alguma, e se fiz alguma promessa foi por livre e espontânea pressão, depois de ser prensada contra a parede, sem ter nem como respirar.
Eu posso ter mudado, e todo mundo muda. Mas a verdade mesmo é que não fui eu quem mudou tanto assim, mas a sua maneira de enxergar as coisas é que mudaram. E com isso caiu aquela fantasia idiota de princesinha que você colocou em mim. E que eu nunca pedi pra usar. Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Eu jogo corações no liquidificador. E faço isso por pura diversão


Ah! Como eu queria isso desde o começo, te fazer sofrer, ver você se arrastar, chorar, gritar, enlouquecer. E depois pedir desculpas, com a cara mais lavada do mundo. Você aceitaria minhas desculpas, é claro que aceitaria! Mas eu faria tudo de novo e de novo e de novo... Céus! Eu não me canso de fazer isso!!
Isso é tão prazeroso. Mais até que ir lá pessoalmente e enfiar uma faca no seu coração, e torcê-la para a direita e a esquerda. Uma, duas, três vezes. E ver o sangue escorrer quente, pingando no chão, criando uma poça que se espalha e tinge o piso de vermelho. Não. É muito melhor fazer isso sem nem tocar em você. Não há facada nenhuma, mas você sente. O sangue escorre, mas ninguém vê. This Romeo is bleeding, but you can't see his blood. E há manchas, muitas manchas. Como isso é bom…

(Irony mode on)

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De fato, eu ando postando coisas freneticamente. Talvez seja pra compensar o vácuo entre a postagem Anos incríveis e as que eu recomecei a postar.
Talvez seja a minha ansiedade recente... talvez seja as duas coisas.

Um dia tudo acaba voltando ao ponto de partida, mas nem sempre parte de novo...


E aqueles olhos. Aqueles olhos que eu tanto conhecia, mais que qualquer outra coisa, me olhavam de um jeito diferente. Como se não me conhecessem. Como se fôssemos estranhos. Can you remember, remember my name? E ele já não falava mais comigo como antes. Não olhava e nem falava comigo como antes. O que aconteceu conosco? I am the echo of your past. Depois de tanto tempo, de tantas tentativas, eu perdi. Nós perdemos. I am returning the echo of a point in time. Talvez seja melhor assim. Vamos deixar assim. Quem sabe recomeçar, como se nunca tivéssemos nos conhecido antes? Ou talvez não. We must remain perfect strangers.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Se eu fosse mais nova melava tudo isso aqui com purpurina

Eu não costumo escrever dois posts por dia, mas queria escrever isso antes do dia dos pais. Eu sei que vão dizer que dia dos pais é todo dia e isso é só um a data comercial e blábláblá... Mas essa carta também não é pro meu pai, embora seja alguém que é quase isso. E pra minha família, mesmo essas datas criadas por marketeiros são motivos pra juntar todo mundo e fazer festa. Porque a gente gosta de festa, não importa o motivo.
Eu poderia escrever um monte de coisas aqui, mas tudo o que eu tenho a escrever é muito obrigado. Muito obrigado por tudo o que você foi e por tudo que a gente sabe que você ainda é. E em algum lugar ai você também sabe que é.
Ninguém nunca acha que as coisas vão ser assim, mas são. E ai a gente não quer aceitar e nem sabe o que fazer.
Ninguém sabe por que coisas assim acontecem com pessoas que não mereciam, mas como me disseram uma vez, tem gente que vem pro mundo pra dar lição nos outros. E a gente bem que merecia essa lição, aliás, aprender nunca é demais, né. E logo você que sempre ensinou tanta coisa, e sempre ajudou um monte de gente e que sempre cuidou de todo mundo. Só podia ser você mesmo pra dar essa lição.
Não sei nem por que eu escrevi isso justamente agora, mas me deu uma vontade danada de expor tudo isso antes que seja meio tarde. E eu não queria que fosse tarde sem eu ter dito nada.
Depois de uma vida inteira cuidando de filho, de neto e depois de bisneto, chega uma hora que alguém tem que cuidar de você. É compreensível, mas por que a gente acha tão complicado? Talvez a gente não seja tão forte quanto você, que cuidou de um monte de gente e nunca reclamou, e a gente que cuida de um só tá achando que é muito.

Bom isso, eu vou deixar você dormir agora, porque eu sei que muito falatório assim tem te deixado cansado nesses últimos tempos. A gente volta outro dia pra assistir o jogo.
Pietro, dá um beijinho no vô.

Estava tentando pensar em algo divertido para postar aqui, mas tudo o que me vinha na cabeça eram bolhas de sabão


Mas pode existir algo mais divertido do que bolhas de sabão? :)




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Se tudo fosse no sentido literal seria realmente muito mais fácil


Vamos supor que você tem um bolo. E você quer dar esse bolo a alguém.
Mas pessoa não quer tanto assim o bolo. Na verdade, ela nem sabe bem como é o bolo. Mas você quer que ela aceite o seu bolo, é um bolo muito bom, poxa!
Então você começa a descrever o seu bolo e dizer como ele é bom e doce, e tem um delicioso recheio, e como sua cobertura é incrível e ainda tem uns confeitos que tornam tudo muito mais divertido.
A pessoa começa a se interessar pelo seu bolo. E você diz que ele é o melhor bolo que ela poderia ter e que ficaria realmente arrependida se recusasse o seu bolo. Então a pessoa aceita o seu bolo. E você percebe que na verdade não queria tanto assim ter dado aquele bolo. Por que o que acontece é que se você tem um bolo que nem você acha tão gostoso mas fica dizendo o quanto aquele bolo é gostoso para uma outra pessoa, você realmente acaba se convencendo de que o bolo é realmente gostoso. E ai não vai querer tanto assim dá-lo para alguém.
Entende? Ah... deixa pra lá!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sun, sun, sun, here it comes...?

A manhã está cinza, o céu, as nuvens, as casas, as árvores, as pessoas. Tudo está cinza. Dentro do meu quarto, tudo cinza. Pela casa toda só vejo cinza. It's been a long cold lonely winter.E saio de casa e nada parece mudar, a manhã passou cinza.
Bom dia!
Me dizem bom dia, mas um bom dia cinzento, e tudo o que eu respondo é um murmúrio igualmente cinzento. E o dia passa cinza.
Por que cinza? Mas por que tudo tão cinza?? Continuo andando pela rua chutando uma pedrinha no chão, a pedrinha rola pateticamente pela calçada, uma pedra cinza, uma calçada cinza. De repente como se fosse algo de outro mundo uma enorme bola colorida passa rolando perto da minha pedra. Uma bola tão colorida que dói os olhos. São tantas cores que nem sei diferênciá-las. Ouço um som doce, o som mais lindo que eu já ouvi na vida. E uma garotinha passa correndo e gargalhando atrás da bola. It seems like years since it's been here. A calçada já não parece tão cinza. Nem a pedra. Tudo em volta parece um pouco mais colorido, um pouco mais... vivo.
Não vi pra onde a mocinha correu. Nem a bola eu vi mais. Mas as cores ficaram.
E céus, é difícil acostumar os olhos a tantas cores que chegaram de uma vez. I feel that ice is slowly melting. Mas essa cegueira momentânea é tão divertida que eu poderia rir sozinha dela.
Acho que nunca vi tantas cores. Here comes the sun, it's all right...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pra não dizer que não falei de Rosas


A moça, sempre em seu vestido azul e sujo de terra, cuidava das roseiras. Por que havia roseiras ali? Havia tempos que o dono daquele jardim havia perdido a sua rosa. Mas havia roseiras e alguém precisava cuidar delas.
O homem tinha um jardim, mas nunca passeava por ele. O jardim era belo, mas para o homem também era triste.
Ele observava de longe a moça cuidar das roseiras. Ela escolheu a rosa mais bonita para enfeitar seus cabelos. O homem se aproximou observando a roseira apreensivo.
- Rosas. As rosas tem espinhos.
- É só saber como lidar com elas. - a moça respondeu tímida.
- E elas brigam com os cravos.
A moça não entendeu bem o comentário, mas respondeu:
- Elas tem motivo.
- Mas os cravos são bons.
- Nem sempre
- Depois ficam se despedaçando por aí.
- Elas se recuperam. - a moça sorriu acariciando a rosa envolvida em seus cabelos.
- Mas os espinhos continuam. - disse o homem num tom melancólico.
- É uma forma de proteção.
- Contra o quê? Quem faria mal a uma rosa?
- Existem perigos por aí, as rosas tem que aprender a se cuidar sozinhas. - enquanto falava a jardineira ia regando a roseira com graça.
- Se eu tivesse uma rosa a colocaria numa redoma. - o homem suspirou fitando a rosa entre os cachos da menina.
- Ela não seria feliz assim.
- Mas estaria protegida dos insetos e da tempestade.
- Rosas são livres.
- Existe um principezinho que possui uma rosa numa redoma e ela é feliz com ele.
- Nem todas as rosas possuem um principezinho.
- E nem todos os principezinhos possuem uma rosa. - o homem lançou um olhar vazio para o horizonte, como quem se lembra de algo a muito tempo já esquecido.
- Mesmo um principezinho um dia abandona a sua rosa.
- O principezinho abandona só um pouco, para conhecer o mundo. Mas logo ele volta gostando ainda mais da rosa.
- Pouco tempo para um príncipe pode ser muito tempo para uma rosa.
- Mas o príncipe é solitário em seu planeta. Ele precisa viajar para conhecer o universo. - o homem foi ficando envergonhado.
- A rosa também é solitária e não pode viajar pois está presa numa redoma. - a moça havia parado de regar a roseira e agora encarava o homem firmemente nos olhos.
- Mas a rosa está protegida na redoma. - o homem encarou o chão.
- Protegida e solitária. Ela já tem a proteção dos espinhos.
- Ela não precisaria dos espinhos. Não há perigos no planeta do principezinho. è tão pequenininho.
- Mas rosas não se contentam com pouco.
- Mas as rosas são tão amadas.
- Amor que aprisiona não é amor
- Mas o principezinho não sabe disso. A rosa precisa ensiná-lo.
- Ela tenta, mas não consegue fazer isso presa.
- Acho que ela precisa se libertar. - murmurou o homem, mais para si que para a moça.
- Ela já fez isso. Quando o principezinho partiu.
- E o que ela fez?
- Descobriu que é melhor viver sozinha que viver uma ilusão.
- O prícipe sabe que a sua rosa é independente?
- Ele demorou pra voltar. Descobriu sozinho.
O homem parou um minuto e o olhou a jardineira em silêncio. Ela correspondia o olhar com curiosidade. Ele pousou seus olhos na rosa enroscada nos cabelos da moça.
- É dificil achar uma rosa com tanta personalidade, que sabe bem o que quer.
- Todas sabem, mas não demonstram. - Ela sorria com os olhos.
- Algumas gostam da redoma.
A menina sorriu e se aproximou, beijou a face do homem, já um pouco marcada pelo tempo e meio úmida, talvez de lágrimas.
- Só as que ainda não conhecem a liberdade.
Aquilo soou doce nos ouvidos do homem. A jardineira se afastou e correu. Correu pelo jardim feito uma criança. O vento batendo nos cabelos apanhou a rosa que ali estava agarrada e carregou-a flutuante até as mãos do homem. Ele segurou a rosa delicadamente e vendo a jardineira se afastar,uma menininha entre as flores, pensou "acho que reencontrei minha rosa".