quarta-feira, 4 de abril de 2012

E é assim que deve ser

Ela se levantou e respirou fundo, a cama vazia não tinha mais nada a dizer. As lembranças estavam por toda parte, mas elas já não causavam mais dor. A saudade? A saudade era uma coisa que ia e vinha como as ondas do mar. Saudade. Coisa engraçada de se explicar. Existe aquela saudade de algo que você quer muito de volta e aquela saudade de algo que você quer que fique no passado. Esta última que ela sentia.


Parecia que não ia acontecer com a gente, nosso amor era tão firme, forte e diferente


As feridas cicatrizam aos poucos, algumas demoram um pouco mais, algumas precisam até de pontos, outras fecharam sozinhas como um corte de papel. Pequenas coisas trazem boas lembranças. Ela se senta no sofá com uma xícara de café e pensa no que fazer com tantas fotos e cartas, presentes. E as lembranças? Essas vão continuar na memória.
A luz do sol entra por uma pequena fresta na cortina e se estende no tapete. Ele não gostava da cortina aberta. Ela não gostava da casa escura. Ela vai guardar aquele álbum bonito, deu tanto trabalho fazer aquela caixa.
Ela abre a cortina, ela não gosta da casa escura, muito menos fechada.


Lágrimas por ninguém, só porque, é triste o fim.

Ela só queria que as coisas ficassem bem no final de tudo, que todos possam ao menos trocar sorrisos quando as letrinhas subirem e as luzes se acenderem. E que todos saiam, sem aplaudir, mas sabendo que foi um bom final.


Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais